Por Trás dos 47 Ronins - Yamaga Soko



Konbanwa, esfera azul! Quantos aqui foram ao cinema assistir os 47 ronins? Vocês gostaram do filme? O que acharam do Keanu Reeves? E quantos aqui conhecem a lenda dos samurais que foram depostos do feudo de Ako após a guerra do lorde Asano e juraram vingança do seu mestre mesmo após a proibição do xogum?



Então vamos aproveitar e desconstruir esse mito fascinante da cultura oriental, certo? Não, de forma alguma irei falar mal de alguma coisa aqui. Até diria algo do Keanu Reeves, mas ele tava bem no filme.

O que eu vou fazer aqui é “dissecar” a obra, se é que podemos dizer assim, explanado todos os personagens elementos históricos e etc. Quem sabe no futuro a gente não faça uma mega enciclopédia sobre isso, não é mesmo? E pra começar, falaremos do seu autor: Yamaga Soko


Eu queria pedir desculpas antes de tudo: não tive tempo de correr atrás de alguns textos de língua estrangeira e a maioria dos sites com textos em português eram referências da Wikipédia, então quem puder colaborar nos comentários com mais informações (ou pelo menos mais precisas), arigatou!


Bom, além de estrategista militar, Yamaga Soko era um filósofo adepto do confucionismo clássico, e muito do que conhecemos do bushido (que você pode conferir clicando aqui) teve inicio justamente das ideias dele.

Em Essencia do Confucionismo, publicado em 1665, apesar de ter sido discípulo de Hayashi Razan, um adepto do neo-confucionismo, Yamaga demonstra seu repúdio à esta filosofia, declarando que a autêntica verdade só poderia ser encontrada nos ensinamentos da ética Confúcia, e que os desenvolvimentos posteriores na tradição confucionista representava a perversidade sobre a doutrina original.

Por essa declaração, Yamaga foi preso por  Hoshina Masayuki, senhor de Aizu na época, por entender tal declaração uma afronta à autoridade de Tokugawa, sendo mais tarde exilado depois no feudo do daimyo Asano, senhor de Ako e palco de uma das histórias mais aclamadas do Japão.
Yamaga também se importava com o desenvolvimento da classe samurai. Para ele, as artes, o estudo das letras e história foi fundamental para o desenvolvimento da classe guerreira, transformando-os assim em uma aristocracia puramente militar para um aumento da liderança política e intelectual. 

Yamaga chamou atenção também para a necessidade de estudar e aprovar as armas e táticas ocidentais, assim como a introdução do holandês, único país com quem o Japão mantinha relações comerciais enquanto se fechava para o mundo durante os assim chamados duzentos anos de paz do período Tokugawa. 



Sayonara!

Clef O'Donnell