As Espadas Japonesas

Quem é entusiasta ou pelo menos prestou atenção nas aulas de história no colégio sabe que as espadas são sem dúvida o maior ícone da cultura militar (se é que podemos assim dizer) de todo o mundo. Várias instrumentos de combate tiveram suas épocas áureas mas talvez nenhuma possua tanto charme  e glamour quanto a espada.

E se tratando delas, a cultura oriental possui algumas muito particulares, não só pelo simbolismo histórico mas talvez por extrapolarem o status de arma, principalmente entre os samurais onde a katana era um símbolo de honra, como se representasse a vida do guerreiro.






Wakizashi

O primeiro uso de uma wakizashi remonta ao período entre 1332 e 1369.

Ela é usada com uma mão apenas, sendo a alça geralmente dimensionado para a largura de uma palma. Ela também pode ser usado como ferramentas para decapitar os inimigos derrotados e às vezes a cometer seppuku para samurais. O samurai usou a wakizashi como principal arma para lutar em lugares fechados ou combates de curta distancia onde você tinha menos tempo para desembainhar sua arma, possibilitando assim um rápido ataque ao oponente geralmente no joelho ou outras articulações no intuito de imobilizá-lo. Como estas eram armas relativamente curtas, seu movimento era mais livre do que uma lâmina longa.

Durante o período Edo (1603-1868) a Yakuza foram autorizados a levar uma wakizashi que se tornou geral, a sua arma de escolha no corpo a corpo.



Kodachi



O kodachi é uma espada muito curta, cerca do tamanho de um jornal enrolado ou um bastão de comprimento, um intermediário entre a wakizashi e a katana. É usada principalmente para a defesa pois seu tamanho reduzido (59 cm) duplica sua velocidade em relação a espadas maiores, embora não proporcione um bom ataque.

A lâmina temperada é extremamente reta e afiada, e embora a própria espada seja curta, com um portador hábil manipulando a Kodachi, ela é tão surpreendentemente rápida que às vezes supera uma longa espada.





Katana


Katana é a pronúncia japonesa do kanji “刀” e é a palavra utilizada para designar a espada longa japonesa, o daitô (大刀). É, no entanto, muitas vezes utilizada pelos japoneses para referir “espada” no sentido lato.

No século 14 um ferreiro chamado Masamune desenvolveu uma técnica de fabricação de estruturas duras e flexíveis de aço para ser usada em espadas. Surgia a poderosa Katana, a espada Samurai, considerada até hoje uma das mais perfeitas espadas do mundo. O Samurai utilizava diversas armas, mas a Katana era a arma que era sinônimo de samurai. O Bushido ensinava que a Katana era a alma do Samurai. Eles acreditavam que a Katana era tão valiosa que muitas vezes lhe davam um nome e a consideravam como parte de suas vidas.

Um samurai era facilmente reconhecido pelas ruas por portar duas espadas presas ao obi, uma longa, a Katana (de 60 a 102 cm), usada nas lutas em locais amplos, e uma menor, a Wakizachi (de 30 a 60 cm), para espaços fechados. O Daishô, nome dado ao conjunto, representava o estatuto máximo dos samurais, simbolizando o orgulho e emblema do guerreiro. Havia uma terceira arma, o Tanto, uma faca fina que ficava escondida e era usada só em emergências.

Acredita-se que sua origem tenha sido a espada reta chinesa. Construída de forma artesanal, a Katana sofreu diversas alterações ao longo da história do Japão, por isso seu nome varia de acordo com o período ao qual pertence: Jokoto, Koto (espada antiga), Shinto (espada nova) e Gendaito (espada moderna). Esta última é na verdade uma imitação da espada tradicional, usada hoje para cerimoniais, pois, apesar de ter a aparência de uma espada tradicional, não é fabricada artesanalmente. A Katana hoje é um símbolo da cultura japonesa, um verdadeiro tesouro vivo, o que explica as leis que a protegem naquele país. Não é mais uma arma, mas um valioso objeto de arte que atrai pessoas do mundo inteiro e continuará a exercer o seu fascínio por muito tempo.

A Katana é feita de duas ligas de aço, uma flexível no interior e outra rígida no exterior, num processo artesanal bastante complexo. A primeira liga é utilizada para que a lâmina não estilhace, vergando-se, e a segunda para conferir a força necessária para que a lâmina corte e defenda os golpes de outras armas. O aço japonês utilizado em sua fabricação é uma liga diferente do aço ocidental, muito difícil de fabricar. A fundição é feita em recipientes de argila e não em um forno convencional.



É isso aí. Semana que vem essa matéria continua mas de uma forma diferente. Até lá!

Clef O'Donnell